ATA DA SESSÃO DE INSTALAÇÃO DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 23-12-2002.

 

 


Aos vinte e três dias do mês de dezembro de dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Almerindo Filho, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Beto Moesch, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Haroldo de Souza, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador João Carlos Nedel, 05 Pedido de Providências e a Indicação nº 053/02 (Processo nº 3711/02). Também, foi apregoado o Ofício nº 760/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo nº 056/02 (Processo nº 1221/02). Na ocasião, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Sebastião Melo, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca dos trabalhos da presente Sessão, tendo o Vereador Marcelo Danéris manifestado-se sobre o assunto. A seguir, constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento do Vereador Adeli Sell, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Zé Valdir, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento do Suplente Darci Campani em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição ao Vereador Adeli Sell. Após, o Senhor Presidente registrou o transcurso do aniversário, ontem, do Vereador Raul Carrion, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de felicitações a Sua Excelência. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 080/02, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Sebastião Melo, Reginaldo Pujol, João Carlos Nedel e Estilac Xavier. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo pronunciou-se acerca de representação apresentada por Sua Excelência junto ao Tribunal de Contas do Estado no dia dezesseis de dezembro do corrente, solicitando a apuração de supostas irregularidades no Departamento Municipal de Limpeza Urbana - DMLU. Também, teceu críticas sobre o cumprimento dos prazos de conclusão das obras da III Perimetral. O Vereador Luiz Braz, saudando a presença do Senhor Jair Krischke, Presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, posicionou-se contrariamente à criação de uma Secretaria Municipal de Direitos Humanos sem que haja consulta prévia à sociedade civil organizada. Nesse sentido, questionou a convocação extraordinária deste Legislativo para análise do Projeto de Lei que propõe a criação desse órgão. O Vereador Isaac Ainhorn manifestou-se relativamente ao Projeto de Lei do Executivo nº 038/02, que cria a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e protestou contra a possibilidade de convocação extraordinária deste Legislativo, a ser promovida pelo Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, com vistas à apreciação de Projeto de Lei do Executivo que institui contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública. O Vereador Cassiá Carpes manifestou-se contrariamente à votação, hoje, do Projeto de Lei do Executivo nº 038/02 (Processo nº 1361/02), que dispõe sobre a criação da Secretaria Municipal de Direitos Humanos. Nesse sentido, afirmou que, no entender de Sua Excelência, o referido Projeto deve ser apreciado pela Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, ressaltando a necessidade de uma análise acurada sobre o assunto. Às quinze horas e quatorze minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Carlos Alberto Garcia e Reginaldo Pujol e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1° Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, Carlos Alberto Garcia, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, eu indago à Mesa o seguinte: na convocação publicada no Diário Oficial, pelo Ex.mo Sr. Prefeito, João Verle, traz para o debate dois assuntos hoje: a suplementação e a questão da votação da Secretaria de Direitos Humanos. Todavia, lembro muito bem de que, antes do final do ano legislativo, por Requerimento do Ver. Luiz Braz, que, inclusive, deu empate, e o Presidente desempatou, foi postergada por cinco Sessões a discussão desta matéria. Analisei profundamente a Lei Orgânica e, também, o Regimento. Tenho uma convicção de que, quando se trata de um caso como este, o Prefeito não poderia fazer... Sei que há interpretações diferentes desta matéria. Todavia, na pior das hipóteses, esta Casa só pode apreciar esta matéria sob Requerimento de um outro Vereador desta Casa, para que ele... Ou então tem de correr cinco Sessões. Então, eu indago à Mesa, antes de adentrar nesta matéria, porque ela é relevante para nós prosseguirmos o trabalho.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, só para esclarecer: nós temos que rodar três Sessões de Pauta para poder fazer a votação do Requerimento de urgência da votação do Parecer, para depois a votação do Projeto de Suplementação. No decorrer dessas Sessões Extraordinárias, que chamaremos para transcorrer a Pauta, nós apresentaremos o Requerimento referente a este assunto que o Ver. Sebastião Melo traz para resolvermos a questão legal.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): V. Ex.ªs se anteciparam àquilo que a Presidência iria colocar. Primeiro: existe o Requerimento, foi aprovado pelos Vereadores, por cinco Sessões, e ao mesmo tempo o Projeto precisa... Então, para ter o andamento total, terão que ser realizadas, no mínimo, três Sessões, e aí poderá aparecer um outro Requerimento ou não. Mas, no mínimo, três Sessões serão realizadas hoje.

O Ver. Adeli Sell solicita Licença para Tratar de Interesse Particular no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi aprovado o Requerimento de Licença do Ver. Adeli Sell e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Queremos também parabenizar o Ver. Raul Carrion, que, no dia de ontem, completou mais um aniversário. Vereador, em nome desta Casa, desejamos muito sucesso e felicidades. Queira receber esta mensagem da Presidência. Parabéns pelo seu aniversário!

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 3726/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 080/02, que autoriza a abertura de créditos suplementares no valor de R$11.328.200,00 e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu confesso que tenho algumas dificuldades em entender a administração prefeitoral. Nós estamos sendo convocados extraordinariamente para analisar uma Secretaria que mandaram quando o Prefeito que deixou a Cidade entendeu de propor. Eu sou favorável aos deveres humanos; se todos cumprirem com o seu dever ninguém precisa se preocupar com os seus direitos, porque há de ter sempre alguém, e o direito daquele vai ser assegurado.

Por outro lado, a Prefeitura rica, cheia de gente competente, até, não consegue me convencer das coisas que aqui faz. Não é o caso da Secretaria, que uma Emenda, uma Mensagem aditiva vem em 26 de novembro.

Eu quero colocar aqui a preocupação que a Prefeitura tem de mandar um Projeto de Lei que autoriza a abertura de créditos suplementares no valor de 11 milhões, 328 mil e 200 reais. Eu acho um desplante, uma desfaçatez de parte da Prefeitura colocar neste Projeto de Lei uma suplementação para a Câmara Municipal. Acho uma falta de atenção do Executivo para o Legislativo, porque, aparentemente, estão dando algo mais para a Câmara. Não, estão apenas remanejando verbas no valor de 928 mil e 200 reais, apenas remanejando. Não é um fato novo na Prefeitura que aí está. Tenho em mãos aqui o Diário Oficial, mostrando que, no dia 20 de dezembro, foram remanejados 22 milhões 943 mil 945 reais, não entrou e não saiu um centavo.

Tenho aqui em mãos o Diário Oficial, onde a Prefeitura abre um crédito suplementar de 20 milhões de reais à conta de excesso da arrecadação. Tenho aqui na minha mão uma coisa que eu não vou entender nunca, porque eu sou atento aos números, eu gosto de ver os números; eu vi que no mês de outubro, aqui no balancete da Prefeitura, o DMAE arrecadou 29 milhões 520 mil reais. De onde tiraram tanto dinheiro num só mês? A média de arrecadação deveria ser menos da metade desse valor apresentado. Portanto, esse dinheiro estava escondido em algum lugar e foi acumulando. E fizeram, hoje, uma proposta, uma lei para suplementar o DMAE, que poderia ter sido feita por decreto há mais tempo, já que o DMAE tinha recursos, estranhos recursos, sem dúvida nenhuma, porque um Departamento que deve arrecadar em torno de 12 ou 13 milhões de reais mensais, num mês arrecadou 30 milhões de reais. Alguma coisa aconteceu equivocada, muito equivocada! Esse dinheiro estava sendo acumulado em algum lugar aí, não sei para quê, nem sei como! E agora os Vereadores têm de estudar como aprovar um Projeto de Lei da Prefeitura, que tem muita gente, mas não trabalha na forma que deve fazer. Esses decretos poderiam ter sido, não foram. Agora colocam um Projeto de Lei, e dá a impressão de que a Câmara está recebendo mais 920 mil reais. Não está recebendo nada, está apenas remanejando verba. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, esta Casa está convocada para a data de hoje para analisar dois Projetos: suplementações de verba, bem como a Secretaria de Direitos Humanos, que o Prefeito Municipal quer criar. E, provavelmente, estará convocada para a semana que vem para discutir outra matéria, se é que não estou enganado, a questão da taxa de iluminação pública, que estou convencido de que o Prefeito vai mandar para ser votada ainda este ano. Até porque, no ano passado, lembro muito bem, esta matéria estava para ser votada no Congresso Nacional, o Projeto estava pronto, e só não veio para esta Casa, porque a Câmara não havia aprovado.

Mas compete-me, neste momento, discutir a questão da suplementação. Quero, na mesma esteira, no mesmo diapasão do Ver. João Antonio Dib, dizer que, para mim, não é nenhuma novidade, porque a Prefeitura faz os concursos públicos da Câmara Municipal, dizendo que isso está tudo resolvido... A submissão que este Poder tem em relação ao Executivo... E este tipo de colaboração, confesso, se um dia eu vier a presidir o Poder Legislativo, eu vou dispensar de plano, vou dizer muito obrigado, porque esta é uma colaboração que não queremos.

Agora, vem para cá simplesmente um remanejamento de verbas. Diz o seguinte: continuidade das obras do Aloísio Filho - 522 mil reais. Portanto, tira e dispõe para outras despesas. E assim segue: pessoal, encargos sociais, 680 mil reais; despesas correntes, 210 mil reais. Então, na verdade, é apenas uma transposição de verbas, e aí vem a questão dos 10 milhões e pouco do DMAE. Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª sabe - porque V. Ex.ª é atento e, além disso, integra Comissão que fiscaliza esta questão - que até antes do final do ano legislativo a Prefeitura tinha emitido cem decretos de suplementação de verbas, durante este ano. E este é o tipo de projeto que chamo de “projeto bode”. Ou seja, querem votar a Secretaria e, para não mandar somente o projeto da criação da Secretaria, mandam a suplementação de verba com a da Câmara junto. Esta é a questão de fundo. E, na minha avaliação, a Secretaria não pode ser votada, porque o Projeto foi adiado por cinco Sessões, e, portanto, a Mesa tem de decidir sobre esta questão, porque, senão, este ato é nulo, porque a Câmara, em determinado momento, pela sua vontade majoritária de dezessete Vereadores, disse que não queria analisar esta matéria nesta Sessão Legislativa. Mas o Prefeito convoca a Câmara e coloca junto a suplementação, e quem fez cem decretos, podia ter feito outro. Ah, não! Não, isto é tudo “para inglês ver”! Isto é tudo “para inglês ver”! Qual seja, coloca um remanejamento do Poder Legislativo indevidamente, porque está-se imiscuindo naquilo que é do Poder Legislativo. E coloca junto a questão do DMAE para poder justificar a convocação e, aí, na esteira da convocação, criar os vinte e um cargos para acomodar a “companheirada” que está saindo do Governo do Estado! Esta é a grande questão. Esta é a grande questão! O resto...

Então, eu queria deixar aqui registrado, Sr. Presidente, que não há problema nenhum, pode-se convocar a Câmara tantas e quantas vezes, é um dispositivo legal e regimental. Que bom que aqui os Vereadores não recebem jeton pela convocação extraordinária! Tudo isso é louvável!

Agora, por favor, vamos ser um pouquinho mais atentos aí, Ver.ª Sofia Cavedon, porque, na verdade, a Câmara, num determinado momento - V. Ex.ªs têm que entender e respeitar -, se a Câmara não quis votar este ano e já levou para o ano que vem, V. Ex.ªs arrumam um subterfúgio para trazer, para botar de novo a Secretaria de Direitos Humanos! Isso está errado! Isto não está correto! Não terá o meu voto de jeito nenhum! Por quê? Porque isto fere as relações autônomas do Legislativo com o Executivo. Esta é a questão de fundo, Ver. Elói Guimarães!

Querem uma questão maior. Então, para colocar uma questão maior, eu boto a Câmara junto, boto mais uma suplementação. Bom, mas o que eu quero mesmo, na verdade, é aprovar a Secretaria! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós estamos aqui convocados em Sessão Extraordinária, já que o nosso período parlamentar se esgota em 15 de dezembro. E aqui nós estamos conhecendo, no dia de hoje, Projeto enviado à Casa no dia 16 de dezembro, que trata de um crédito suplementar destinado a pagamento de juros e amortizações de dívidas junto ao Programa Pró-Guaíba, PASEP, Projeto Rio Guaíba, do DMAE e energia elétrica, no valor de 10 milhões e 400 mil, de despesas de custeio da Câmara Municipal no valor de 928 mil e 200 reais. Diz o encaminhamento do Sr. Prefeito que os recursos para cobertura dos créditos serão provenientes da apuração do excesso de arrecadação do DMAE, de acordo com o art. 143, parágrafo primeiro, etc. e tal. Trata-se de distribuição do resultado financeiro positivo do Departamento Municipal de Águas e Esgotos, que assumiu 10 milhões e 400 mil reais e que, vejam os senhores, complementa recursos do Legislativo de Porto Alegre, entre outros lugares, na continuidade das obras do Palácio Aloísio Filho e na atividade legislativa, em 201 mil reais, enquanto que em publicidade, 55 mil reais; no vale-alimentação, 65 mil reais; no pagamento de abono família, 6 mil reais; em atividades culturais patrocinadas pela Câmara, 29 mil reais; em outras despesas correntes, em 12 mil reais; e no Concurso Sioma Breitman, 6 mil e 600 reais.

Sr. Presidente, fico deveras satisfeito em verificar que estamos suplementando recursos para atividades específicas, e fico um pouco preocupado em saber como vamos conseguir, nesses recursos de investimentos, lançar esses 500 milhões de reais na continuação das obras do Palácio Aloísio Filho nesses sete dias, Ver. Elói Guimarães, que dizem entre hoje e o fim de ano. Realmente, eu desconheço que os nossos recursos para efeito de realização de obras tivessem se esgotado; pelo contrário, segundo eu sei, continuam sem ter condição de serem utilizados todos os recursos de obra, a dificuldade era de outra ordem. Agora, se diz que nós teremos 500 milhões de investimentos, eu não sei se, uma vez não gasto este ano, não fica uma autorização meramente formal no papel. Gostaria que, antes que decidíssemos sobre essa suplementação, essas coisas fossem esclarecidas. Estou até pedindo que o nosso Diretor-Geral, o nosso Diretor de Patrimônio, enfim, as pessoas que tratam com a execução orçamentária da Casa dêem aos Srs. Vereadores um esclarecimento sobre esse particular.

Eu vejo agora que nós, até pela pressa de analisar, estamos fazendo uma confusão. Ao contrário, nós estamos tirando recursos de obras para jogar em pessoal e em outros encargos. Então, em última instância, o que está acontecendo é que nós não estamos utilizando recursos de uma rubrica e passando para outra, não está havendo nenhum acréscimo, não são os recursos do DMAE que estão sendo passados para nós utilizarmos na atividade legislativa. O que está ocorrendo, Sr. Presidente, e eu estou pela primeira vez lendo este Projeto é, simplesmente, remanejamento de recursos não-utilizados com uma finalidade para a outra finalidade. Então, ao contrário, nós dizíamos que estávamos acrescentando recursos para a publicidade, mas, ao contrário, estamos retirando dinheiro da publicidade, retirando dinheiro da obra para outras atividades, porque o nosso Orçamento foi mal-previsto no início do ano, está sendo mal-previsto, novamente, neste ano e, no ano que vem, nós vamos enfrentar situações iguais a esta. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tem razão o Ver. Reginaldo Pujol na sua fala. Realmente o Orçamento teve dificuldades na sua elaboração, sim. Eu fui o Relator do Orçamento e verifiquei muitos detalhes, relacionei as dificuldades, os equívocos para que, no próximo ano, esses equívocos sejam solucionados, e escrevi lá o que falta. Efetivamente, nós sabemos que a Prefeitura sempre faz um Orçamento a valores abaixo do real, para que não seja surpreendida, financeiramente, no fim do ano. Então, sempre há essas transferências de rubricas orçamentárias. Também há sempre excesso de arrecadação, e é o que está ocorrendo com este pedido de suplementação encaminhado pelo Executivo Municipal, e já encaminhado sob a égide de convocação extraordinária. Nada contra, tudo bem, mas vejam o seguinte: será que o DMAE não sabia há muito tempo que deveria pagar um financiamento, encargos, juros no valor de 9 milhões e meio, e tem de ser feito isto agora? Claro que sabia. Mas a Prefeitura foi deixando para o fim, e agora é obrigada a suplementar.

O Ver. João Antonio Dib veio aqui e citou, e também o Ver. Sebastião Melo, os inúmeros decretos de suplementação. O Ver. Sebastião Melo citou mais de cem. Efetivamente, nós temos aqui no Diário Oficial do dia 20 vários decretos, a maioria deles de remanejamento e um ou outro de excesso de arrecadação. Nós iremos aprovar esta suplementação, mas a Prefeitura deve, de uma vez por todas, aprender a fazer um orçamento mais transparente, um orçamento mais de acordo com a realidade. Nós temos, em certas Secretarias, um orçamento que não dá nem para se movimentar. A Secretaria de Esporte e Lazer é uma brincadeira; o DEP é outra brincadeira; então, por isso que acontece que em cada chuva o DEP não tem verba para desobstruir as bocas-de-lobo, para limpar os córregos e os arroios, e fica esta coisa em Porto Alegre. É uma pena, mas fica muito claro, o que está ocorrendo!

A Prefeitura tem dificuldade na elaboração do Orçamento, nós estamos alertando já há muito tempo, e, de tanto alertar, eu fico pensando também que é proposital, que fazem errado para esconder alguma coisa, para não dar a transparência; é uma pena. Nós, da Comissão de Finanças, no ano que vem, vamos ser mais rígidos com esses assuntos. Eu vou pedir diligência, vou devolver orçamento, porque não pode continuar assim. Estamos avisando com bom tempo, fica nos Anais registrada e clara a situação do próximo ano. Vamos corrigir esses equívocos, porque isso não pode mais ficar assim. A Lei de Responsabilidade Fiscal é muito séria, e nós ficamos fazendo suplementação a toda hora. Isso não é possível mais. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, estamos discutindo, em primeira Sessão da convocação extraordinária do Prefeito João Verle, o Projeto de Lei do Executivo que autoriza créditos suplementares no valor de 11 milhões e um pouco mais de reais para a Câmara de Vereadores e DMAE. Os Vereadores têm-se revezado aqui na tribuna para falar sobre o assunto e esqueceram algumas coisas que eu gostaria de aqui colocar. Primeiro, o Ver. Sebastião Melo tem insistido numa tese das edições dos decretos de suplementação nos termos da lei que propõe, por superávit, por excesso de arrecadação, e fala em milhares de decretos. Então, ele fala numa coisa que é para impressionar. O que ele não fala é sobre a autorização legislativa que é dada de 4,2% sobre o total do Orçamento. E é isso que importa. Se um único decreto lá autorizasse 4,2% sobre o total do Orçamento, estava dado, mas como o Ver. Sebastião Melo, meu nobre colega e atento Vereador, quer fazer um certo sensacionalismo em cima da coisa, essa idéia que ele faz emergir de milhares de decretos não interessa. Interessa é a quantidade de recursos, 4,2%. Devo recordar ao Deputado que, oportunamente, vamos discutir isso aqui na Assembléia também. E, lá, nos governos passados, chegava a até 20% de suplementação. Agora, havia uma proposta de reduzir para 10, porque o Governador era o Olívio Dutra. Eu quero ver se os proponentes vão manter a proposta, já que mudou o Governador. Vai ser muito interessante ver esse debate.

Todos os constrangimentos que tentaram criar, agora, vão ter que verificar que eram expedientes meramente políticos para dar conta de uma disputa e um desgaste.

Referente aos excessos de arrecadação, o DMAE, Ver. João Carlos Nedel, está pedindo uma suplementação, por quê? Porque excedeu os 4,2%. Como faria? Tem arrecadação lá; tem que pagar as dívidas; não pode fazer por decreto, tem que mandar lei. Qual é a surpresa nisso? Qual é a novidade nisso? Nenhuma. A Câmara de Vereadores, que tem o limite constitucional de 5%, segundo os cálculos nossos, já está muito próxima: 4,98%. Ocorre que a Câmara já está prestes a esgotar a sua possibilidade orçamentária, pediu para remanejar internamente recursos de rubricas internas para suplementar outras, no caso, aí está para pessoal e serviços, e a Administração não pode fazer isso pelo decreto, porque esgotaram seus 4,2%. Qual é a medida? Mandar uma lei para o Legislativo, para que ele mesmo faça o remanejamento da rubrica e esteja dentro da Lei e a cautela que determina.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Estilac Xavier, V. Ex.ª está correto. O DMAE, a sua limitação dos 4,2% lhe permitiria fazer uma suplementação de 5 a 6 milhões de reais. Este ano já fez uma de 1 milhão de reais. Então, teria de fazer.

Mas eu não aceito, eu não admito e não entendo por que a Câmara teve que ser submetida ao mesmo processo.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Ver. João Antonio Dib, acabei de explicar. V. Ex.ª, talvez no ímpeto de responder ou melhor esclarecer o assunto, talvez não tenha prestado a atenção. A Administração Centralizada não tem mais possibilidade de fazer por decreto o remanejamento de rubricas que a Câmara pediu, onde ela fez redução de orçamento em determinadas rubricas e passou para outras para dar conta de pessoal e serviços.

Além do que, nós estamos no limite perigoso dos 4,98% de gasto do Orçamento, cujo limite máximo são os 5% da Constituição.

Então, é recomendável, sim, que a Câmara se pronuncie, por lei, a respeito desse remanejamento, que vai permitir fazer com que aquele pedido que a Câmara fez ao Executivo possa ser realizado.

De resto, senhores, a matéria é absolutamente pacífica. Extrapolou o limite que foi dado pela Câmara, de 4,2%, só pode ser feita de uma forma a suplementação: é por lei, e por isso o Sr. Prefeito João Verle encaminhou esta autorização aqui para a Câmara. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia) O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Carlos Alberto Garcia, colegas Vereadores e colegas Vereadoras, dois assuntos nos trazem a esta tribuna: primeiro trago ao conhecimento desta Casa que, na data de 16 de dezembro do corrente ano, nós apresentamos mais uma representação no Tribunal de Contas do Estado, envolvendo os desmandos administrativos do Departamento Municipal de Limpeza Urbana.

Quero dizer aqui, Ver. Elói Guimarães, que, em relatório preliminar ainda não conclusivo, o Tribunal de Contas, que, às vezes, é muito eficiente para condenar “prefeitinho” lá do interior, mas os Prefeitos daqui da Capital eles demoram, demoram, demoram; mas, mesmo assim, dos cento e quarenta itens apresentados por este Vereador, já há um reconhecimento no processo n.º 11.48302 00 01/7, onde já se conclui nesse relatório que o Sr. Darci Barnech Campani deu um prejuízo para o DMLU de 2 milhões, 59 mil e 635 reais, fruto das contratações emergenciais. Se não bastasse isso, o Sr. Darci Campani, de novo, agora, na reta final da sua gestão, volta a dar de novo o transporte de lixo para a Empresa Cores, emergencialmente, porque, novamente, ele procede administrativamente de tal forma que os editais sejam retardados, e vai ele lá de novo contratar a Empresa Cores.

Eu quero deixar aqui registrado que nós protocolamos mais uma representação e que, tão logo tenhamos a conclusão definitiva do Tribunal de Contas, vamos tomar outras providências legais para que os cofres públicos da Prefeitura sejam ressarcidos. Não é possível, Ver. João Antonio Dib, a maneira como procedeu esse cidadão Darci Barnech Campani no DMLU. Não adianta tirar ele agora e dizer: “Nós estamos tirando, está resolvido.” Não. Vamos prosseguir, porque o dinheiro é público, a causa é pública, e, portanto, vamos buscar esse dinheiro em nome do povo. O povo não pode ser lesado, e o povo foi lesado pela administração do Sr. Darci Barnech Campani.

A segunda questão que eu também quero deixar aqui registrada é que, no jornal de sábado, há uma matéria de página inteira dizendo: “Conclusão da 3.ª Perimetral está indefinida.” Aí, Ver.ª Maristela Maffei, fica aqui uma sugestão: a sua Comissão, tão atenta, deveria chamar imediatamente, mesmo que fosse num processo informal, porque há duas versões aqui: alguém que está dizendo que a construtora não está indo bem, não está cumprindo os prazos e, por outro lado, a construtora dizendo que a Prefeitura não está pagando aquilo que foi acertado. Isso emperra a vida de centenas de pessoas, a questão do trânsito de Porto Alegre.

Portanto, mesmo estando a Câmara em período de recesso, Ver. Raul Carrion, fica uma sugestão deste Vereador para que a Comissão de V. Ex.ªs possa efetivamente saber se essas manifestações estão corretas ou não. São manifestações do jornal Zero Hora deste sábado, onde as construtoras estão dizendo que a Prefeitura não está cumprindo o contrato, e a Prefeitura está dizendo que vai denunciar as construtoras, porque elas não estão cumprindo o contrato. Ver. Fernando Záchia, V. Ex.ª, que sempre tratou dessa matéria, é preciso esclarecer que essa é uma matéria que precisa ser tratada, não podemos esperar até fevereiro; ela precisa ser tratada agora, na nossa avaliação. Sr. Presidente, muito obrigado pelo excesso do tempo. E a caminhada continua. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, senhoras e senhores, aproveito a presença do Dr. Jair Krischke no Plenário da Câmara Municipal, cumprimentando-o e dizendo que é sempre muito bem-vindo aqui na nossa Câmara de Vereadores.

Vou repetir algo que já disse na última Sessão do ano legislativo, quando estávamos aqui discutindo a possibilidade ou não da criação de uma Secretaria de Direitos Humanos e de Segurança. Eu não vejo, Dr. Jair, possibilidade de se votar a criação de uma Secretaria nessa área dos direitos humanos sem que haja uma consulta àquele grupo que há muitos anos vem lutando em defesa dos direitos humanos, que é o grupo presidido por V. S.ª, que é o Movimento de Justiça e Direitos Humanos. Eu disse que achava muito estranho que nós estivéssemos votando aqui a criação de uma Secretaria e não via a presença de V. S.ª aqui, apoiando a criação de uma Secretaria proposta pelo Prefeito Municipal. Hoje, eu vejo com bons olhos que V. S.ª veio acompanhar os trabalhos. Mas recebi um e-mail – e acho que todos os outros Vereadores também o receberam – com uma correspondência do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, dizendo do seu posicionamento com relação à criação desta Secretaria. Para mim – e acredito que para grande parte dos Vereadores – aquela correspondência de V. S.ª é um norte que nós devemos obedecer, porque, afinal de contas, não podemos simplesmente criar aqui uma Secretaria sem que haja, no mínimo, uma consulta, primeiramente, às nossas comunidades e, em segundo lugar, a quem realmente sempre lutou pelos direitos humanos, que é o grupo dirigido por V. S.ª.

Então, eu acho que esta convocação hoje, só por isso já se tornaria fora de tempo, extemporânea. Mais do que isso, nós colocamos em Plenário um requerimento para que houvesse o adiamento, por cinco Sessões, da discussão daquela matéria. E o Requerimento foi aprovado por dezessete votos contra dezesseis, com o voto de Minerva do Presidente da Câmara, Ver. José Fortunati. Ora, esta é a decisão da Câmara, de um Poder que no nosso Município divide com o Executivo a administração das coisas que acontecem em Porto Alegre.

Por incrível que possa acontecer, parece que retornamos à época da ditadura, tão criticada por todos, e vem um projeto para a Casa para atropelar a Câmara Municipal, Ver. Pedro Américo Leal, e para dizer que as decisões que são tomadas na Câmara, para o Executivo, não têm nenhuma importância. Deveríamos estar, hoje, fechados contra essa convocação extraordinária feita pelo Sr. Prefeito Municipal para que votemos aqui algo que deveria estar em Plenário só no ano que vem, porque, Ver. Sebastião Melo, é o tempo que necessitamos para fazer as consultas necessárias às nossas comunidades, porque estamos sendo desrespeitados, as comunidades que representamos aqui também estão sendo desrespeitadas.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte?

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Pedro Américo Leal, eu gostaria imensamente de conceder o aparte a V. Ex. ª, mas estou em tempo de Liderança.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Pedro Américo Leal.)

 

O aparte que V. Ex.ª faz, muito embora anti-regimental, mas muito oportuno, diz de uma convocação “estapafúrdia” e “esdrúxula”, foram os termos utilizados pelo meu amigo Ver. Pedro Américo Leal.

Por isso mesmo, Ver. João Antonio Dib, eu acho que esta suplementação, nós devemos analisar; afinal de contas é algo que, rejeitando ou aprovando, temos a obrigação de analisar, mas a criação da Secretaria os Vereadores não podem analisar, esta os Vereadores têm que se negar, porque, afinal de contas, Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª, que vai presidir este Legislativo no ano que vem, tenho certeza absoluta de que V. Ex.ª também não vai permitir que este Legislativo seja atropelado pelo Executivo, da forma como estão propondo, com a reapresentação deste Projeto aqui nesta Extraordinária! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós, da Bancada do PDT, nesta Convocação Extraordinária, temos transferido a cada um dos Vereadores a questão da Secretaria.

Se, de um lado, nós não temos uma posição fechada, até porque há inúmeras Emendas de Vereadores da nossa Bancada, que melhoram e qualificam o Projeto, e a questão é aberta - gostamos de deixar isso bem claro ao conjunto dos Vereadores e à Cidade -, de forma transparente, nós recomendaríamos ao Governo Municipal que não encaminhasse a convocação extraordinária para examinar a taxa de iluminação pública. Porque, quanto a esta, praticamente, a Bancada do PDT vai fechar questão, Ver. Cassiá Carpes, nós já temos conhecimento do posicionamento da Bancada do Partido Trabalhista, no sentido de não admitir qualquer aumento este ano, presente de Ano-Novo para a população de Porto Alegre, a pretexto de consolidar e instituir a taxa de iluminação pública em Porto Alegre sem uma profunda avaliação, sem um exame profundo dessa questão e da repercussão no orçamento doméstico e familiar da população da cidade de Porto Alegre!

Portanto, nós não estamos aqui – e nunca estivemos – para fazer uma oposição destrutiva em relação ao trabalho da Administração Municipal. E achamos que alguns projetos têm condições até de serem qualificados.

Agora, Ver. Estilac Xavier, se de um lado nós procuramos qualificar este debate, esta discussão, V. Ex.ª, que já foi Secretário de Obras - a divisão de iluminação pública esteve sob a sua jurisdição -, há realmente necessidade, mas não dá para, simplesmente, num passe de transferência, repassar a responsabilidade, Ver. Elói Guimarães, da taxa de iluminação pública à população. Como diz o Ver. João Antonio Dib aqui desta Casa, há superávit no Orçamento. Com esse dinheiro dá para pagar, em vez de sacrificar os já tão sofridos bolsos dos munícipes da Cidade de Porto Alegre. Só o aumento do IPTU na Cidade de Porto Alegre dá para resolver isso, só o aumento do IPTU, que num “canetaço” do Prefeito João Verle vai aumentar, por decreto, 24%. Está na lei, Vereador, é assim que os senhores do Executivo pulam fora, é assim que vocês atuam lá no Executivo, porque quando vão lá reclamar, a orientação é a seguinte: “Se queixem para a Câmara que fez a lei.” É assim que lá no Executivo respondem: “Se queixem para a Câmara.” A Câmara não vai fazer a lei, não vai aprovar a intenção da bancada governista de instituir aqui na Casa a Taxa de Iluminação Pública. Esperamos uma manifestação das demais bancadas de oposição aqui nesta Casa, do PSDB, porque parece que os parlamentares do PSDB ajudaram a criar a Taxa de Iluminação Pública lá no Congresso Nacional; o PTB já fechou questão; no caso de Porto Alegre, não vamos admitir o repasse à população de Porto Alegre da Taxa de Iluminação Pública em cima da conta de luz. Eu quero que o PPB também se manifeste sobre esse assunto, Ver. João Carlos Nedel, eu quero que V. Ex.ª se pronuncie, se o PPB, através da sua Liderança, Ver. João Antonio Dib, é contra o repasse à população de Porto Alegre, aos usuários, consumidores de luz, da Taxa de Iluminação Pública como presente de Ano Novo, depois do Natal, porque tem que ser este ano para poder cobrar no ano que vem.

Nós, do PDT, não estamos dispostos a aprovar essa taxa, vamos rejeitar, e gostaríamos de ver - a exemplo da Bancada do PTB, não sei o que está pensando o PMDB sobre esta matéria - rejeitar, Ver. Sebastião Melo... Ver. Sebastião Melo, V. Ex.ª está em silêncio, espero que V. Ex.ª, tão oposicionista, nos ajude a derrotar, se é que vem, porque eu acho que o PT vai ser sensível, o Governo Municipal vai perceber que a Câmara não está disposta a dar esse cheque em branco para a Administração Municipal, mas nem vai apresentar, né? O Ver. Estilac Xavier quer, como último pacto seu, aprovar a Taxa de Iluminação Pública. Mas não vão levar, Vereador, porque a oposição terá de fazer dezessete votos, e penso que nem o PSB vai compactuar com esse aumento.

Apelo no sentido de que, se vier a Taxa de Iluminação Pública, votemos com a oposição, em bloco, contra a implantação dessa taxa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Ver. Carlos Alberto Garcia, Srs. Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores, estamos vendo aqui, no painel, que há vinte e oito Vereadores presentes, sem jeton, isso é muito importante, Ver. João Bosco Vaz. Nós estamos aqui, livremente, para dizer um “não” à criação da Secretaria de Direitos Humanos e do Consumidor, que está adiada por cinco Sessões. Dizer um “não” à Taxa de Iluminação Pública. A Cidade está bem de dinheiro e não precisa, até porque o Deputado Federal tem outra atribuição, ele lavou as mãos lá e empurrou para nós, mas nós aqui vamos combater, firmemente. O Deputado Federal, até para não se constranger, Ver. Isaac Ainhorn, foi lá e até deu um “sim”, mas empurrou a responsabilidade para a Câmara de Vereadores, e com razão. E nós, com a nossa peculiaridade, conhecemos a Cidade, conhecemos a Prefeitura, conhecemos o Governo que está na Prefeitura. Portanto, somos contra a criação dessa Secretaria, até porque ela não passou sequer pela Comissão de Direitos Humanos da Casa. Nós precisamos desenvolver melhor, e chegou aqui como Secretaria de Direitos Humanos, e, agora, já é Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Urbana, já começou a mudar. Veio em abril, de uma forma, depois, em 26 de novembro, de outra forma, em uma Mensagem Retificativa. Acredito que esta Casa tem um momento de dizer e provar a sua independência, tendo a força do mandato popular, fazendo com que esta Casa, que agora tem vinte e oito Vereadores presentes, em época de recesso, só nas Sessões Representativas, possamos estar aqui para dizer “não”. Agora, temos de ver a oposição. Quando a oposição brigou muito naquele momento em que havia a possibilidade de uma eleição para a administração da Casa, mas nós queremos oposição para a administração da Cidade, e agora a oposição tem de se fazer presente. Nós estamos aqui, na proporcionalidade dos trinta e três Vereadores, de treze partidos, mas nós temos que ter uma oposição firme, para dizer “não”.

Neste momento querem criar uma Secretaria, atabalhoadamente, no final do ano, mas por que esta pressa? Por que esta pressa da criação da Secretaria de Segurança? Já não é mais de Segurança, é de Direitos Humanos. Não é Direitos Humanos, é de Segurança Pública. Que mistura é esta que a Cidade não está entendendo, que nós não estamos entendendo? É de Direitos Humanos ou é de Segurança Pública? Por que agora querem incluir, para contentar o Vereador que anteriormente criou a Secretaria de Segurança e que não foi aprovada pelo Executivo? Mas por que isto? Por que esta pressa? Por que esta confusão? Estamos no final do ano, vamos com calma. Em fevereiro, as Comissões Permanentes se unem, convocam as entidades representativas. Não adianta colocar lá pela imediata aprovação. Não é na força, é com sabedoria, com inteligência, na força não vai. É isso que esta Casa quer, Ver. Isaac Ainhorn, inteligência, os trinta e três Vereadores se reunindo, dezessete votos conscientes, da maioria. Então, nós queremos isto, nós queremos que esta Casa aqui, com calma, sem pressa, para votar secretaria. Nós entendemos a preocupação da Ver.ª Helena Bonumá, essa pressa, mas não precisa tanta pressa. Nós criarmos secretarias no final do ano, mais cargos no final do ano, vamos com calma. Nós somos favoráveis, mas não queremos desta forma, atabalhoadamente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Não havendo mais partidos em Comunicação de Líder, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão de Instalação da 6.ª SLE.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h14min.)

 

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